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18 de março de 2017

Festival Literário no Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos

O Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos recebeu no sábado, 18 de março, autores e amantes da literatura para comemorar o lançamento do livro ‘Contos de São João Marcos – vol 2’ no Festival Literário de São João Marcos.

O simpático evento, realizado no espaço educativo e cultural patrocinado pela Light e pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro em Rio Claro (RJ), contou com tarde de autógrafos, coquetel, mesa de troca de livros, venda de obras da Editora Cidade Viva e bate-papo com os escritores. A publicação do segundo volume da coletânea foi possível graças à conquista do ‘Prêmio Todos por um Brasil de Leitores’, concedido pelo Ministério da Cultura por meio da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas.

Os autores e suas obras

Nove dos 11 escritores premiados compareceram ao lançamento da coletânea. Em um bate-papo mediado por Zeca Barros, gestor do Parque, os autores compartilharam com o público suas fontes de inspiração.

Jandira Neto, autora do conto ‘A igreja que nasceu do chão’ e sócia do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), que trabalhou nos trabalhos de prospecção que evidenciaram as ruínas remanescentes em São João Marcos. “A inspiração para escrever veio da experiência de pesquisar a Igreja Matriz enquanto escavávamos e o fato de descobrir que a construção não tinha estrutura de alicerce de pedra e sim em taipa de pilão, o que se tornou uma interrogação para mim”, contou.

A própria história de São João Marcos inspirou a educadora Maria Amélia Neves Gonçalves, que nunca havia estado de “corpo presente” no Parque, mas ficava imaginando como viviam as pessoas da cidade e como resolviam suas questões emocionais. “O personagem Matias de meu conto ‘Anastilose’ tem uma força interna que permite que ele se reconstrua”, assim como a técnica que reagrupou asruínas existentes da Casa do Capitão-Mor.

Patrimônio e memória afetiva. O elo entre a matéria física e os sentimentos está expresso na história batizada de ‘A Arca de Noé de São João Marcos’, criada por Leonardo Soares Madeira Iorio Ribeiro. “Participar da tarde de autógrafos olhando para a ponte Padre Peres foi emocionante. Acho que aqui no Parque as pedras têm alma”, disse o advogado.?

Criada em Lídice, cidade localizada a poucos quilômetros de distância de São João Marcos, a autora do conto vencedor Luzia Lucia da Silva Araújo resgatou uma entidade mitológica querida por seu pai para compor ‘A história de São João Marcos vista por um caipora’. “Para mim, o caipora é o espírito da natureza, sua essência. Conheci o Parque somente em 2015, mas quando eu era criança e ouvia as histórias sobre o local eu achava que ao mergulhar na represa encontraria a cidade submersa. Na época, não sabia que havia sido destruída”, relembra Luzia, que teve ainda um segundo conto publicado na coletânea, chamado ‘O sonho’.

O engenheiro civil Carlos Eduardo Nunes é a prova de que ser um profissional das ciências exatas não impede a imaginação de correr solta na prosa. Ele viu a divulgação do edital em um site de concursos literários e resolveu inscrever seu conto ‘O tesouro escondido’, selecionado para o livro. “Eu estava ansioso para conhecer pessoalmente o Parque. Parabéns pela organização do espaço”, elogiou.

Ao pesquisar o tema do concurso na internet, o servidor público Hedjan Costa da Silva ficou impressionado com três elementos que ele acabou usando para construir o seu conto ‘Causo do meu tio-avô contado uma única vez’: a imagem da maquete que representa a cidade em 1940 e está no Centro de Memória do Parque, relatos de antigos moradores e a história da destruição da Igreja Matriz. “Tentei montar esse quebra-cabeça e deu certo. Este foi o primeiro concurso literário de que participei e fiquei muito feliz com a notícia de que o meu conto havia sido selecionado”.

Giano Santos Viana, também funcionário público, já é um veterano nos concursos literários. Este foi o quarto de que participou, sem contar os de poesia na escola quando era criança. “Eu adoro os livros do Chico Anysio, como o ‘Batizado da vaca’ e ‘Enterro de anão’, entre muitos outros”. Fã do humorista morto em 2012, sua história ‘Maldição sagrada’ tem um toque de suspense, mas também um pouco de graça.

O humor está bem presente na história ‘O músico da Freguesia’, nome do conto inscrito pelo bacharel em Direito e poeta Ivanilton Tristão Pereira no concurso. Afinal, o personagem principal Lufrido Nolasco é um grande falastrão. “Conheci essa área nos anos 90 e fiquei muito surpreso com a ótima estrutura atual do Parque”, disse.

Já Leonor Vieira-Motta escreveu seu conto ‘Pés de mulungus’ de maneira saudosa, mas ao mesmo tempo alegre e com muita sabedoria. Para a escritora, no Parque é possível ouvir o eco dos momentos vividos em São João Marcos. “Aqui se respira uma história viva”, resumiu.

Os 12 contos que compõem a coletânea ‘Contos de São João Marcos – vol 2’ foram reunidos após um concurso aberto ao público promovido pelo Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos e a Editora Cidade Viva com a participação de autores de 10 municípios do estado do Rio de Janeiro. Os contistas vencedores foram eleitos por um júri integrado por profissionais da educação e da cultura. A intenção é que a terceira edição do concurso seja realizada em 2018.

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