Memória não se remove. O lema do Museu das Remoções, criado a partir da iniciativa dos moradores da Vila Autódromo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, inspirou as conversas durante a II Jornada de Museologia Social no Parque. Foi um sábado de reencontros com pessoas que trabalham para recuperar, preservar e difundir as histórias de suas comunidades e lutam contra o apagamento de suas memórias.

Concebido em parceria com a Superintendência de Museus da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro (Secec), o evento recebeu Sandra Maria Teixeira, cofundadora do Museu das Remoções; Luiz Antonio de Oliveira, diretor do Museu da Maré, e Lucienne Figueiredo, superintendente de Museus da Secec, que contribuíram com as falas iniciais.

Durante a programação, voltada para o compartilhamento de experiências, houve troca de informações sobre os diversos planos e projetos em andamento na Associação dos Amigos do Museu Marinheiro João Candido, Museu Sankofa Memória e História, Museu Vivo do São Bento e Museu Vivo da Capoeira, Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz (NOPH), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Superintendência de Museus e na Rede de Museologia Social (Remus/RJ).

“O Museu das Remoções é fruto de um processo de luta e de resistência. Para mim, é um orgulho muito grande contar essa história no Parque, falar da museologia social e parabenizar todos os grupos que, em algum momento, tomaram a decisão de preservar as suas memórias”, diz Sandra Teixeira.

Foi ainda apresentada pelas educadoras e pesquisadoras Thamires Ribeiro de Oliveira e Adrielly Ribas Morais uma ação educativa e artística do Museu da Maré conduzida a partir dos objetos que fazem parte da narrativa expositiva como, por exemplo, o estêncil do rola-rola, antigo barril de madeira usado como solução dos moradores para a falta de água encanada.

Também integrantes do Programa Educativo do Museu da Maré, os arte-educadores Matheus Frazão e Yago Melo contaram histórias registradas no livro ‘A Maré em 12 Tempos’ e na exposição homônima de longa duração, como a que explica a origem do nome da Escola de Samba Gato de Bonsucesso, patrimônio cultural da Maré.

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